Os preços do ouro se estabilizaram. Nos últimos dias, a intensificação dos conflitos comerciais entre Estados Unidos e China aumentou as preocupações com uma possível guerra comercial em larga escala. O presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou elevar as tarifas sobre produtos chineses para 100%, em resposta às restrições chinesas à exportação de metais de terras raras. Além disso, ambos os países anunciaram tarifas portuárias recíprocas para embarcações vinculadas às respectivas frotas, reforçando os temores de um agravamento contínuo nas relações comerciais.

Ao mesmo tempo, a preocupação com uma paralisação prolongada do governo dos EUA tem sustentado o ouro, que mantém sua trajetória como ativo de refúgio. Na quinta-feira, o Senado rejeitou pela décima vez um projeto de lei de financiamento temporário apresentado pelos republicanos da Câmara, evidenciando o impasse no Congresso.

No cenário geopolítico, o conflito entre Rússia e Ucrânia continua, fortalecendo a demanda por ativos de proteção como o ouro. Paralelamente, Trump anunciou sua intenção de se reunir com Vladimir Putin em Budapeste para discutir o fim do conflito, que já se arrasta há mais de três anos e meio.

No front financeiro, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que o mercado de trabalho permanece estagnado, com baixas taxas de contratação e demissão. O governador Christopher Waller destacou que a inflação se aproxima da meta de 2%, sem impedir novos cortes nas taxas de juros. Da mesma forma, Neel Kashkari, presidente do Fed de Minneapolis, enfatizou a desaceleração do mercado de trabalho e que ainda é cedo para avaliar o impacto das tarifas na inflação. Como resultado, os traders já precificaram integralmente um corte de 25 pontos-base nas reuniões de outubro e dezembro, pressionando o dólar norte-americano.

Do ponto de vista técnico, o Índice de Força Relativa (RSI) diário permanece acima de 70. Isso levou os compradores a realizarem lucros antes do fim de semana, provocando uma forte correção. O movimento corretivo encontrou suporte em US$ 4.181. Uma queda abaixo desse nível — e, posteriormente, da próxima área de suporte em torno de US$ 4.140, assim como do patamar psicológico de US$ 4.100, abriria espaço para perdas mais expressivas.

Por outro lado, um rompimento consistente acima de US$ 4.380, ou da máxima histórica, poderia levar o preço ao nível psicológico de US$ 4.400. Uma consolidação acima desse patamar daria novo impulso aos compradores.