Enquanto o dólar americano perde terreno frente aos ativos de risco, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para riscos significativos ao crescimento global decorrentes das tensões renovadas entre Estados Unidos e China.

"Caso esses riscos se concretizem na forma de tarifas mais altas e interrupções nas cadeias de abastecimento, o crescimento do PIB global poderá recuar 0,3 ponto percentual", afirmou Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e Pacífico do FMI, na sexta-feira.

De acordo com o FMI, o fator geopolítico, aliado a problemas econômicos domésticos em vários países, tem pressionado as cadeias globais de suprimentos, minado a confiança empresarial e aumentado a incerteza em relação aos fluxos comerciais futuros. O Fundo alerta que uma escalada do conflito pode provocar uma desaceleração significativa do comércio global, redução dos investimentos e enfraquecimento da demanda do consumidor.

Diante desse cenário, recomenda-se que os investidores atuem com cautela e diversifiquem seus portfólios, considerando os riscos associados à instabilidade geopolítica e à turbulência econômica. Ativos alternativos, como ouro e imóveis, podem servir como proteção contra a inflação e flutuações cambiais.

Vale lembrar que, após vários meses de estabilidade frágil nas relações entre EUA e China, as tensões voltaram a crescer nas últimas semanas. Os problemas começaram quando Washington ampliou as restrições tecnológicas e propôs novas tarifas sobre navios chineses que acessam portos norte-americanos. A China respondeu com medidas equivalentes, sugerindo controles mais rígidos sobre a exportação de terras raras e outros minerais críticos.

Muitos participantes do mercado acompanham de perto o novo embate comercial entre as duas maiores economias do mundo. Nesta semana, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, criticou um alto funcionário do comércio chinês, acusando-o de ter viajado a Washington sem convite e de ter se comportado de forma inadequada.

O FMI projeta que o crescimento econômico da Ásia desacelere para 4,5% em 2025, ante 4,6% em 2024, ainda 0,6 ponto percentual acima da previsão feita em abril. A expectativa é que o crescimento continue perdendo força, atingindo 4,1% em 2026.

Srinivasan destacou três fatores que ainda sustentam o crescimento asiático: exportações fortes, um boom tecnológico e uma política macroeconômica mais flexível, apoiada por condições financeiras favoráveis. No entanto, ele alertou que os riscos permanecem inclinados para o lado negativo, observando que os impactos das tarifas continuam sendo sentidos e podem se intensificar, juntamente com os prêmios de risco e as taxas de juros, especialmente se a incerteza nas políticas comerciais ou as tensões geopolíticas aumentarem.

Por ora, contudo, é o dólar norte-americano que sente o peso, perdendo terreno frente aos ativos de risco ao longo da semana.

EUR/USD – Os compradores precisam reconquistar o nível de 1,1725; somente então poderão mirar um teste em 1,1750. A partir daí, o par pode avançar até 1,1780, embora tal movimento seja difícil sem o apoio dos grandes players. O alvo final seria a máxima de 1,1820. Em caso de queda, espera-se atividade significativa de compra em torno de 1,1680. Se não houver entrada nesse ponto, o ideal é aguardar a renovação da mínima em 1,1645 ou considerar posições longas a partir de 1,1610.

GBP/USD – Os compradores da libra precisam romper a resistência em 1,3465 para mirar 1,3490, nível acima do qual será difícil avançar. O alvo final está próximo de 1,3525. Em caso de recuo, os vendedores (bears) tentarão retomar o controle em torno de 1,3410; se tiverem sucesso, uma quebra dessa faixa pode causar um sério golpe nas posições dos compradores (bulls) e empurrar o par para 1,3370, com potencial de queda até 1,3333.