Dada a atual confusão dentro da Reserva Federal e a crescente pressão sobre o seu presidente Jerome Powell, nem todos os decisores políticos concordam que as taxas de juro devem permanecer elevadas.
Thomas Barkin, presidente do Banco da Reserva Federal de Richmond, afirmou recentemente que, na sua opinião, o próximo chefe do banco central dos EUA também seguiria a política monetária que fosse melhor para a economia — e não para a Casa Branca. Ele também enfatizou que o comitê de fixação de taxas do Fed não é obrigado a seguir as orientações do presidente. Barkin disse que esperava que essa pessoa procurasse definir a melhor política para o país.
Vale destacar que o presidente Donald Trump, que vem pressionando o Federal Reserve a reduzir as taxas de juro, terá autoridade para nomear um novo presidente para a instituição quando o mandato de Jerome Powell terminar, em maio do próximo ano. No entanto, à luz dos acontecimentos recentes, Trump parece tentar antecipar a saída de Powell. Também se espera que ele escolha alguém mais inclinado a promover cortes nos juros — o que tem gerado preocupações quanto à futura independência do Fed.
Entre os nomes cogitados para assumir o cargo estão o ex-diretor do Fed Kevin Warsh, o funcionário do Tesouro Scott Bessent, o diretor do Conselho Econômico Nacional Kevin Hassett e o atual governador do Fed Christopher Waller. Todos já demonstraram abertura para reduzir as taxas de juro.
Ao responder a perguntas do público, Barkin comentou que houve ocasiões raras, ao longo da história do Fed, em que o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) não seguiu as recomendações do presidente da instituição. "Acontece", afirmou. "Veremos."
Em relação aos dados mais recentes, Barkin observou que os números da inflação de junho apontam para um aumento das pressões sobre os preços — e que tais pressões tendem a intensificar-se. Ao mesmo tempo, indicou haver incertezas sobre até que ponto as empresas conseguirão repassar o impacto das tarifas aos consumidores, que talvez não estejam em condições de absorver novos aumentos. "Há fornecedores que, encorajados pela experiência recente com a inflação, sentem-se no direito de tentar repassar os custos", explicou. "E há consumidores, já pressionados pelos preços, que estão a optar por alternativas mais acessíveis." Segundo ele, esse equilíbrio entre fornecedores e consumidores "ainda está em processo de ajuste".
A incerteza em torno das estratégias de precificação e da capacidade das empresas de compensar os custos adicionais impostos pelas tarifas constitui um risco relevante para a estabilidade da economia norte-americana. Caso não consigam repassar esses custos, as empresas podem ver a sua rentabilidade comprometida, o que pode levar à redução de investimentos e ao corte de empregos. Por outro lado, se repassarem totalmente o aumento aos consumidores, o resultado pode ser uma inflação ainda mais elevada e um recuo da procura.
Barkin sublinhou que a Reserva Federal está a monitorizar atentamente esses desenvolvimentos e permanece preparado para adotar as medidas necessárias com o objetivo de preservar a estabilidade de preços e promover o pleno emprego. No entanto, frisou que uma política monetária eficaz exige uma análise rigorosa dos dados disponíveis e a consideração de múltiplos fatores interligados — o que torna a condução da política económica especialmente desafiadora no contexto atual.
Perspetiva técnica atual para EUR/USD
Os compradores agora precisam de se concentrar em recuperar o nível de 1,1655. Só isso permitiria um potencial teste de 1,1690. A partir daí, o par pode subir para 1,1720, embora atingir esse nível sem o apoio dos principais intervenientes possa ser um desafio. O alvo mais ambicioso continua a ser a alta de 1,1770. Caso haja uma queda, uma forte atividade de compra em torno de 1,1590 deverá ocorrer. Se não houver interesse significativo nesse nível, seria sensato esperar por um novo teste da baixa de 1,1550 ou considerar posições longas a partir de 1,1495.
Perspetiva técnica atual para GBP/USD
Os compradores da libra precisam de romper a resistência mais próxima em 1,3420. Só então poderão visar 1,3464 — um nível que pode ser difícil de ultrapassar. O alvo de alta mais distante é o nível 1,3500. Se o par cair, os vendedores tentarão recuperar o controlo em 1,3375. Se forem bem-sucedidos, uma quebra dessa faixa seria um duro golpe para os compradores e empurraria o GBP/USD para a mínima de 1,3335, com potencial para atingir 1,3290.