A estrutura da onda no gráfico de 4 horas do EUR/USD passou a indicar um padrão de alta e permanece nesse formato. Não há muitas dúvidas de que essa mudança foi desencadeada principalmente pela nova política comercial dos Estados Unidos. Antes de 28 de fevereiro, quando teve início a forte desvalorização do dólar, toda a formação de ondas refletia uma tendência de baixa consistente, caracterizando uma onda corretiva 2. No entanto, os anúncios semanais do então presidente Donald Trump sobre a imposição de tarifas diversas começaram a impactar negativamente o dólar. A demanda pela moeda americana caiu acentuadamente, e toda a tendência iniciada em 13 de janeiro assumiu uma configuração impulsiva de alta.
Na verdade, o mercado sequer conseguiu formar uma onda 2 bem definida dentro dessa nova tendência de alta. Apenas um pequeno recuo foi observado — menor, inclusive, que as correções internas da onda 1. O dólar pode continuar se enfraquecendo caso Trump não reverta sua política comercial. E os acontecimentos de segunda-feira mostraram que isso, de fato, é uma possibilidade.
O par EUR/USD recuou 160 pontos-base na segunda-feira, marcando um dos movimentos mais fortes do dólar nos últimos meses. A valorização foi impulsionada pela notícia de uma redução bilateral de tarifas em 115% entre EUA e China, resultado das negociações realizadas em Genebra. As duas partes concordaram em não prejudicar ainda mais o comércio entre as nações e deram início a um processo de diálogo com duração mínima de 90 dias, com o objetivo de alcançar um acordo mais estável que aborde as questões comerciais pendentes.
Ainda assim, parece que a maior parte das demandas vem de Washington — e, ao que tudo indica, do próprio Trump. As negociações provavelmente girarão em torno de atender às expectativas do presidente dos EUA. É plausível supor que Trump realmente deseja um acordo comercial, pois sabe que, sem a China, a economia americana poderia sofrer, e os consumidores não aceitariam facilmente um aumento expressivo nos preços de produtos chineses, tradicionalmente baratos. Apesar disso, Trump continua adotando uma postura pública de confronto, como parte de sua estratégia.
De modo geral, o último mês representou um "degelo tarifário", o que não teria sido possível sem a disposição de Trump para negociar. Inicialmente, ele instituiu um período de carência de 90 dias para todos os países, com exceção da China, mas logo estendeu a mesma concessão a Pequim. Isso sinaliza claramente sua intenção de chegar a um acordo — em seus próprios termos. O objetivo pode ser revitalizar a economia, reforçar sua imagem presidencial e, quem sabe, deixar um legado marcante — talvez não tão grandioso quanto a Grande Pirâmide de Gizé ou o Taj Mahal, mas certamente digno de destaque.
Conclusão
Com base na análise do EUR/USD, o par continua a desenvolver uma tendência de alta sustentada pela estrutura de ondas. No curto prazo, essa formação dependerá fortemente das ações e declarações do presidente dos Estados Unidos — um fator que deve ser constantemente levado em consideração.
A Onda 3 da atual tendência de alta já está em andamento, com projeções que podem levar o par até a região de 1,25. No entanto, o alcance dessas metas dependerá quase exclusivamente das decisões de política comercial adotadas por Donald Trump. No momento, a Onda 2, dentro da estrutura da Onda 3, parece estar próxima da conclusão. Diante disso, considero posições compradas, com alvos acima de 1,1572 — nível que corresponde à extensão de Fibonacci de 423,6%. Ainda assim, é importante ressaltar que uma única decisão de Trump pode reverter completamente essa tendência.
Em uma escala de onda de maior amplitude, a estrutura também passou para um padrão de alta. Isso sugere uma possível sequência de ondas ascendentes no longo prazo. No entanto, o fluxo de notícias e a volatilidade associada às políticas comerciais dos EUA continuam sendo fatores de risco capazes de alterar drasticamente a trajetória do mercado.
Meus princípios básicos de análise de ondas:
- Simplicidade e clareza: As estruturas de onda devem ser simples e facilmente interpretáveis. As formações complexas são mais difíceis de negociar e geralmente levam a revisões.
- Evite a incerteza: se não houver confiança no que está acontecendo no mercado, é melhor ficar de fora.
- Use ordens de proteção: Nunca é possível ter certeza absoluta sobre a direção do preço. Sempre use ordens Stop-Loss.
- Combine ferramentas: A análise de ondas pode e deve ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.