A estrutura de ondas do par GBP/USD se transformou em um padrão altista e impulsivo — "graças" a Donald Trump. O cenário gráfico é praticamente idêntico ao do EUR/USD. Até o dia 28 de fevereiro, observava-se a formação de uma estrutura corretiva clara, que não gerava preocupações. No entanto, a demanda pelo dólar norte-americano começou a cair rapidamente, resultando na formação de uma estrutura de cinco ondas de alta. A onda 2 se tornou uma correção de onda única e já foi concluída. Assim, podemos esperar uma forte valorização da libra dentro da onda 3, que já está em andamento há três semanas.
Se considerarmos que o pano de fundo noticioso do Reino Unido não influenciou significativamente a forte alta da libra, podemos concluir que os movimentos cambiais estão sendo impulsionados principalmente por Donald Trump. Se (teoricamente) Trump mudar sua postura em relação à política comercial, a tendência poderá se inverter — desta vez, para um movimento baixista. Portanto, nos próximos meses (ou até anos), será essencial monitorar de perto todos os desdobramentos vindos da Casa Branca.
A cotação do GBP/USD subiu cerca de 40 pontos base nesta quinta-feira, mas o par pode apresentar oscilações significativas até o final do dia, uma vez que o mercado ainda não precificou totalmente a decisão do BoE. A decisão chave do Banco da Inglaterra — cortar a taxa de juros em 25 pontos base — era amplamente esperada. No entanto, dois membros do Comitê de Política Monetária votaram por manter a taxa inalterada, enquanto dois defenderam um corte de 50 pontos base.
E isso não é tudo. O BoE revisou para cima sua previsão de crescimento econômico para 2025 e reduziu sua projeção de inflação. Vale lembrar que, no início do ano, Andrew Bailey havia alertado para uma disparada nos preços. Mais tarde, quando Trump iniciou uma guerra comercial global, os temores inflacionários aumentaram. Agora, o regulador britânico espera um crescimento econômico mais forte e uma desaceleração mais rápida da inflação. No mínimo, isso parece estranho.
Ainda assim, o mercado gostou da ideia e, após uma breve queda, a demanda pela libra voltou a crescer. Mesmo assim, não atribuiria toda a responsabilidade (ou mérito) ao BoE. Não podemos esquecer que atualmente ninguém deposita confiança no dólar norte-americano. O mercado entende que a guerra comercial iniciada por Trump fez o crescimento do PIB cair de 2,4% para -0,3% no primeiro trimestre. Espera-se uma recuperação no segundo trimestre, mas é cedo para afirmar, pois Trump ainda não terminou sua cruzada pela "justiça" no comércio global. Portanto, novas tarifas, aumento das tarifas existentes e a imposição de sanções ou restrições adicionais não podem ser descartados. Como tudo no mundo está interconectado, Trump está, essencialmente, atirando no próprio pé. Sua abordagem é clara — ele busca obter concessões por meio de ameaças e blefes. A questão é: quem vai ceder e ignorar o blefe?